Escritora conquista crítica com livro que aborda cansaço emocional entre mulheres, e obra é selecionada para exposição na Espanha: 'Escrevo com a alma'
06/07/2025
(Foto: Reprodução) Obra aborda temas como cansaço emocional, autocobrança e dores silenciosas que muitas mulheres podem carregar durante a vida. Livro foi escolhido pela Mostra Internacional de Livros, que será realizada em novembro deste ano, em Madri, na Espanha. Escritora de Jundiaí conquista crítico com livro que aborda cansaço entre mulheres
As mulheres podem expressar seus sentimentos mais profundos em diversas formas artísticas, seja pela música, dança ou escrita. Por meio de palavras, uma escritora é capaz de moldar cenários, transmitir emoções e provocar reflexões não apenas nos leitores, mas também em si mesma.
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É o caso de Carol Haymeyer, de 45 anos, moradora de Jundiaí (SP), que conquistou a crítica europeia e teve seu livro "A Coragem de Pausar" selecionado para a Mostra Internacional de Livros, que será realizada em novembro deste ano, em Madri, na Espanha. A obra aborda temas como cansaço emocional, autocobrança e dores silenciosas que muitas mulheres carregam.
"É uma obra que convida à pausa, não só do corpo, mas da alma. É um chamado para se escutar de verdade. Não é um livro de autoajuda no sentido tradicional, mas, sim, um espelho, uma conversa corajosa com quem também sente que está vivendo no limite. Ser reconhecida entre autores do mundo inteiro, levando uma obra autoral, nascida de um momento tão íntimo, é uma conquista que ainda estou absorvendo com gratidão", continua.
Além de escritora, Carol é psicoterapeuta com mais de 20 anos de experiência clínica. A profissional conta que também atua como palestrante e mentora de mulheres em processos de reconexão pessoal, com foco em relacionamentos abusivos, energia feminina e autocuidado.
Carol Hahmeyer, de Jundiaí (SP), teve seu livro 'Coragem de Pausar' selecionado para uma exposição na Espanha
Arquivo pessoal
"Gosto de dizer que escrevo com a alma e atendo com o coração. Minha expectativa é que o livro dialogue especialmente com mulheres que lidam com sobrecarga emocional e desejam encontrar um ponto de reconexão interna. Os temas que abordo são universais: a exaustão, o silêncio, a necessidade de parar antes que o corpo grite", diz.
"Tudo isso que faço está interligado. É um mesmo fio que atravessa todas as minhas entregas: o de lembrar cada mulher de que não precisa se perder para ser amada, nem se calar para ser aceita. Ela pode, sim, se escolher e ter a liberdade de ser. E esse é o trabalho que sigo fazendo, com presença, com verdade e com muito respeito por cada história que chega até mim", complementa.
A obra demorou seis meses para ser concluída e foi lançada digitalmente em janeiro deste ano, enquanto o livro físico foi publicado em março, de acordo com Carol. Ela ainda conta que, quando começou a escrever a obra, havia fraturado o tornozelo e, durante o período de recuperação, sentiu a necessidade de expressar seus sentimentos de alguma forma.
"A obra nasceu durante um momento de pausa literal e simbólica. Em junho de 2024, fraturei o tornozelo e fui obrigada a interromper minha rotina. A imobilidade física me levou a uma imersão emocional. A escrita surgiu como uma forma de sobrevivência, um desabafo que acabou virando livro", diz.
"Lembrei da cena em que escrevia sentada no consultório, com a perna imobilizada e o peito cheio de perguntas. Saber que esse material foi selecionado para atravessar o oceano e representar o Brasil em um evento internacional foi como ouvir a vida sussurrando: 'Você foi fiel à sua verdade, e isso tem valor'", relembra.
Livro 'A Coragem de Pousar', publicado por Carol Hahmeyer, de Jundiaí (SP), será exibido em uma exposição em Madri
Arquivo pessoal
Desafios e superações
Carol conta que o processo de escrita da obra teve grandes obstáculos, do financeiro ao emocional. Ela ressalta que publicar um livro sem o selo de uma editora consolidada exigiu muita coragem, disciplina e fé.
"Divulgar um livro que trata de temas delicados, como cansaço e dor emocional, exige sensibilidade e presença real. Mas, ao mesmo tempo, é libertador saber que o que escrevi, com alma, chega nas pessoas de forma verdadeira", diz.
Portanto, para aqueles que desejam começar a escrever um livro, Carol orienta que a primeira dica é não esperar estar pronto. O ideal é começar sem medo, mesmo sem saber o formato, mesmo que ainda não haja clareza total do que será escrito, porque a escrita se revela no caminho, segundo ela.
"Também é importante escrever com verdade. Esqueça por um momento o que é 'vendável' ou o que 'funciona no mercado' e concentre-se em escrever algo que faça sentido para você. O que você tem para dizer que ninguém mais tem? O que só você viveu? O que pulsa em você e precisa ganhar forma?", diz.
Além disso, a escritora reforça que é importante receber um feedback honesto e respeitoso de outras pessoas; por isso, escrever sozinho o tempo todo não é o melhor caminho, segundo ela.
"Às vezes, a gente precisa de um espelho externo para enxergar a força daquilo que produzimos. Entenda que escrever é só uma parte do processo. Publicar, divulgar, sustentar emocionalmente sua obra no mundo também exigem energia, coragem e estratégia. Por isso, vá com presença, com calma e com propósito", finaliza.
Paixão pela escrita
Carol Hahmeyer, de Jundiaí (SP), teve seu livro selecionado para uma exposição internacional na Espanha
Arquivo pessoal
O amor pela escrita, e o uso do método para organizar sentimentos e moldar o que não cabia em palavras pronunciadas veio desde que Carol era apenas uma criança. A escritora ainda reforça que o livro selecionado não é a primeira obra publicada, e nem será a última.
"Sempre fui uma mulher de palavras. Mas a motivação real veio da necessidade de me escutar. Escrevi primeiro para mim e continuo escrevendo por mim, pelas mulheres que atendo, pelas dores que observo, pelos silêncios que precisam ser nomeados. Escrever virou um ofício de alma. E, hoje, é também uma missão", desabafa.
Atualmente, Carol conta que está buscando apoio e patrocínio para custear a viagem até a Espanha, onde poderá representar pessoalmente o Brasil como autora independente e acompanhar a exposição do livro.
"Ter meu livro selecionado foi emocionante e simbólico. Não é só uma participação, é uma travessia. É saber que a minha história, nascida de um momento tão íntimo, vai ecoar em um espaço coletivo, em outra língua, outro país, mas com a mesma essência: a de tocar quem estiver pronto para pausar e escutar", finaliza.
O livro será exposto internacionalmente de forma individual, coletiva ou até mesmo destacada com trechos ampliados. O evento será realizado de forma presencial, porém toda a estética da exposição pode ser acompanhada pelas redes sociais e também pelo site oficial da galeria.
*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins
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